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Bornito de Sousa: Agostinho Neto deixou marca como estadista (17 de Setembro "Herói Nacional")


O Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, afirmou, hoje, em Luanda, que Agostinho Neto deixou a sua marca enquanto estadista, político, diplomata, homem de cultura, médico e humanista, tendo dedicado o melhor empenho na gestão de um país recém-independente e ainda envolto em conflitos internos e agressão externa.


O discursar no acto central do Dia do Fundador da Nação e do Herói Nacional, Bornito de Sousa considerou que algumas frases ditas por Agostinho Neto são de dimensão nacional, africana e universal. Citou, como por exemplo, a frase “de Cabinda ao Cunene, um só povo, uma só Nação”, que, para si, assinala a importância de unidade e harmonia entre todos os angolanos, independentemente do local de nascimento, etnia e estatuto político, social ou académico. 

Na célebre frase “o mais importante é resolver o problema do povo”, Bornito de Sousa considera que a mesma é actual e exige apenas o envolvimento e a participação das comunidades beneficiárias, “sendo disso excelentes exemplos os Orçamentos Participativos e o Voluntariado”.  

O Vice-presidente da República citou também outras célebres frases de Agostinho Neto como “Angola é e sempre será, por vontade própria, a trincheira firme da revolução em África”, “África parece um corpo inerte onde cada um vem debicar o seu pedaço” e “Ah, quem comparou a África a uma interrogação cujo o ponto é Madagáscar” (do poema “Sim, em qualquer poema”).

Bornito de Sousa lembrou que, em 2022, assinala-se o centenário do nascimento do Presidente Agostinho Neto. Considerou que, apesar de coincidir com o ano das próximas eleições gerais, trata-se de um evento que está na agenda da Fundação Agostinho Neto e que deve merecer a devida atenção institucional, académia e da sociedade em geral.

Aposta na agricultura

O Vice-Presidente da República admitiu que só agora “o país está a acordar” para os programas que apontam para a importância da agricultura e da indústria, para a produção de bens e serviços localmente. Bornito de Sousa considerou que estes “são sinais da libertação da tradicional dependência das importações em que o país mergulhou”. 

Durante o discurso, o Vice-Presidente referiu-se a uma célebre frase de Agostinho Neto segundo a qual “a agricultura é a base e a indústria o factor decisivo do desenvolvimento”. O governante defendeu que não se perca o foco reflectido no programa revisto para o período de 2020-2022, que visa, dentre outros, a promoção da luta contra a corrupção, aumento da produção nacional, transformação local dos bens e matérias-primas, melhoraria do ambiente de negócios e dos serviços de Educação, Saúde e Protecção social.

Bornito de Sousa, que falava no acto central alusivo ao Dia do Fundador da Nação e do Herói Nacional, assinalado ontem, defendeu, igualmente, a promoção do combate à pobreza, o desenvolvimento das comunidades e a criação de condições para a organização das eleições locais.  

O Vice-Presidente da República começou o discurso com a declamação de um poema de autoria de Agostinho Neto, intitulado “Confiança”, afirmando que se trata de uma poesia que projecta o sentimento de consanguinidade, de cultura e história comuns para além dos oceanos, o infindável “Kalunga”, o grande rio cuja a margem oposta “nossos olhos não alcançam” e que representa, hoje, a diáspora África e a sexta região da União Africana.

Gestão da pandemia

Bornito de Sousa destacou, também, o papel do Presidente da República, João Lourenço, na gestão da pandemia da Covid-19 e na priorização de recursos para o enfrentar. Deixou, igualmente, uma palavra de apresso aos professores e trabalhadores do sector da Educação que têm em mãos o desafio de repor o funcionamento das escolas e universidades em condições de pandemia.

O governante reconheceu que a pandemia aumentou, em todo o mundo, o desemprego e as bolsas de pobreza e Angola não é excepção.  Apelou para a rigorosa observação e cumprimento das medidas impostas pelas autoridades sanitárias a nível das famílias, local de trabalho, de estudos, na rua, transportes colectivos e nos locais abertos ao público, para se cortar a transmissão do coranavirus, manter a propagação da pandemia em níveis controlados e criarem-se condições para o retorno controlado a uma “nova normal vida”.

O Vice-Presidente da República falou, também, dos incidentes que se registam no país que envolveram efectivos da Polícia Nacional e alguns cidadãos.
Segundo Bornito de Sousa, estes incidentes podem ser evitados e elogiou a postura das autoridades. “Registamos, positivamente, o gesto autocrítico de autoridades públicas perante um inusitado número de fatalidades ocorridas em circunstancias aparentemente evitáveis”, disse.

Defendeu que, “mais do que desculpas, é necessário que se identifiquem as causas das ocorrências e adoptar medidas adequadas e treino específico para as corrigir, mediante uma pandemia com que deveremos ter de conviver por mais ou menos longos anos”.  Bornito de Sousa entende, ainda, que devem ser levadas a cabo iniciativas no sentido de assegurar o respeito do cidadão pela lei, pela autoridade pública e pelos bens públicos e de terceiros, pois “democracia sem autoridade gera em anarquia”.

Pediu, também, uma atenção especial às doenças como a malária, por ser ainda a primeira causa de morte no país. Para o Vice-Presidente, as doenças como a tuberculose, VIH/Sida e tripanossomíase, a sinistralidade rodoviária, as doenças crónicas evitáveis e as diarreicas agudas devem, também, merecer uma atenção adequada.

Bornito de Sousa incentivou a continuidade da municipalização dos serviços de saúde, dos programas de vacinação infantil, atenção às determinantes sociais, a formação continuada dos médicos, enfermeiros e técnicos do sector.

Um símbolo nacional que deve ser imortalizado

Antes do acto central do 17 de Setembro, que ficou marcado por um momento cultural, foi içada a Bandeira-Monumento no Museu de História Militar. O foi acto orientado pela governadora de Luanda e testemunhado por membros do Executivo, representantes de partidos políticos e membros da sociedade civil.

Para a governadora de Luanda, o içar da bandeira representa uma homenagem ao fundador da Nação. Com o acto, disse, pretendeu-se transmitir às novas gerações que Agostinho Neto é um símbolo nacional que se deve tornar imortal.

Luísa Damião quer Neto nas academias

A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, partido no poder defende que as academias deviam continuar a estudar o pensamento político de Neto, pela sua dimensão política e cultural.  “Seria um grande contributo para a História de Angola se os académicos aprofundassem a dimensão política e cultural de Agostinho Neto, até porque ele é estudado em várias universidades do Mundo”, considerou.

Penso que os académicos deviam empenhar-se profundamente para oferecerem às novas gerações o que foi Agostinho Neto, qual é o contributo que deu para este país, para que fôssemos, hoje, livres e independentes”, considerou.  O deputado Manuel “Nelito” Ekuikui, da UNITA, lembrou que a libertação do país contou com a participação de líderes de outros movimentos, que, defendeu, também deveriam ser lembrados.

Agostinho Neto, Jonas Savimbi e Holden Roberto tiveram um papel preponderante para libertar Angola, no ponto de vista político e não do ponto de vista económico”, disse.

Publicado por Celsio jones Alegria 

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